O termo Experiência do Usuário (UX) é muito comum nas áreas de tecnologia e marketing. A Organização Internacional de Normalização (ISO) define experiência de usuário como percepções e respostas de uma pessoa que resultam do uso de um produto, sistema ou serviço. Compreender as percepções e respostas dos usuários em realidade virtual é um grande desafio, tendo em vista, a vanguarda dessa tecnologia.
Durante o desenvolvimento de uma simulação virtual para trabalhos em altura, foram realizados estudos e pesquisas de usabilidade, com o objetivo de compreender melhor o comportamento dos usuários ao utilizar o simulador. Desse estudo, pôde-se concluir que, em contato com a interface, cada usuário reagiu de maneira diferente.
Entender os problemas que envolvem a experiência do usuário com o produto. E não, provar a veracidade de uma teoria, é o foco desse estudo. Portanto, foram realizadas pesquisas buscando a redução de falhas por falta de informações para o usuário.
Para tanto, é necessário ater-se a alguns passos.
A ideia do projeto
Uma das principais causas de acidentes de trabalho graves e fatais se deve a eventos envolvendo quedas de trabalhadores. A utilização de recursos tecnológicos pode ser um grande aliado na diminuição de situações de perigo. Deste modo, o trabalhador pode realizar a prática em um simulador virtual antes de viver a experiência real, resguardando a própria vida e dos demais.
Com o trabalho em altura, por exemplo, é essencial que os colaboradores recebam treinamento adequado para evitar acidentes, sem colocá-los em risco. Pensando nisso, o Estúdio Haus desenvolveu uma simulação em realidade virtual para trabalhos em altura, baseada na norma regulamentadora n. 35. A simulação consiste em três fases, sendo elas:
- Apresentação dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s);
- Experiência imersiva, onde a pessoa é conduzida a subir uma escada, realizar a travessia entre dois andaimes e fazer a descida de uma escada; e
- Emissão de relatórios de desempenho durante a simulação.
Estes recursos, tem se mostrado excelentes instrumentos de aprendizado corporativo.
Objetivo principal
O objetivo principal do procedimento simulado é descobrir os pontos de falhas na jornada do usuário a partir da utilização da simulação virtual para trabalhos em altura.
Leia também: quais são os 6 benefícios da simulação virtual para o seu negócio?
A exploração e pesquisa
Inicialmente, o planejamento firmou-se na fixação de cada etapa da pesquisa, definindo também, o método de documentação dos resultados, de modo que todos os envolvidos ficassem alinhados, diminuindo o risco de conflitos e expectativas.
O planejamento
A pesquisa iniciou-se pelo mapeamento das dúvidas, utilizando a matriz CSD – uma ferramenta estratégica de definição de certezas, suposições e dúvidas acerca de um projeto.
Em um brainstorming (técnica utilizada para explorar a criatividade de um indivíduo ou de um grupo) com os envolvidos e interessados no projeto, utilizando a plataforma Miro (plataforma online de lousa digital e colaboração visual para trabalho em equipe), identificaram-se as certezas, suposições e dúvidas alinhadas ao impasse geral.
A partir da análise da matriz CSD, e frente a necessidade de coletar informações sobre como o usuário utiliza o produto, utilizou-se o gráfico de métodos de pesquisa de experiência do usuário. Além disso, optou-se pela escolha do teste de usabilidade moderado (supervisionado por uma pessoa), que melhor atenderia às exigências da análise. Escolhas essas que se deram por entender e identificar o comportamento do usuário final frente ao produto, considerando que “o quê os usuários falam” não é “o quê fazem”.
Os testes e a experiência do usuário
O plano de pesquisa contém os objetivos do teste, logística de estudo, requisitos dos participantes, cronograma, equipamentos necessários e o guia de entrevista.
Através do teste, foram coletados os seguintes feedbacks:
- As pessoas têm reações físicas/comportamentais durante a simulação.
- O tempo para finalizar a simulação.
- Observar e analisar as interações com o controle do headset e objetos durante a simulação.
- Pessoas com diferentes alturas conseguem realizar a simulação.
- Observar a direção do olhar através da filmagem de captura de tela do Meta Quest 2, leitura em voz alta e dificuldades durante a simulação.
- Observar as dificuldades nas interações durante a simulação após a leitura das instruções.
- As pessoas interagem com os objetos corretamente.
Portanto, com os feedbacks coletados, pôde-se observar que durante a simulação, as pessoas demonstraram reações de medo e interações com objetos/ambiente que confirmam a imersão com o cenário.
Os resultados
Após a finalização dos testes, foi construído um relatório com todas as descobertas e resultados. Com esses dados, alinhados aos objetivos do teste, foi possível definir os pontos observados de acordo com a frequência e impacto, conforme imagem abaixo.
Deste modo, para as principais problemáticas construímos, com hipóteses, um How Might We (HMW) – conhecido por ser uma estrutura ativa para resolver desafios, transformando positivamente ideias e entraves. Assim, cada uma das problemáticas possuem resultados, possíveis mudanças e métricas para medir o sucesso após a mudança.
Outras pesquisas e testes serão realizados, pois aplicações deste porte devem estar em constante crescimento e atualização a fim de garantir melhor experiência.
Diante dos fatos observados, a realidade virtual se mostrou extremamente útil. Pois, proporciona experiências realistas e imersivas que permitem aos trabalhadores aprender e praticar os procedimentos de segurança necessários em um ambiente seguro e controlado.
Além disso, os simuladores virtuais podem ser adaptados a locais de trabalho específicos e de riscos, o que significa que os funcionários podem receber treinamentos específicos para seu ambiente de trabalho. E se você gostou deste conteúdo, aproveite para conferir o nosso Simulador Virtual para Trabalho em Altura.